Aconteceu o que temíamos e não queríamos. Adeus, Mendonção

domingo, 24 de abril de 2011



Amigos,
o domingo de Páscoa era para ser de alegria. Estava chegando ao Éstádio da Ilha do Retiro, onde veria a partida entre Náutico e Sport (acabou 3x1 para o time da casa, enquanto em Caruaru o Santa Cruz ganhou por 2x1 do Porto, e, é claro, esse domingonão terá postagens sobre futebol).


Recebi uma ligação informando da morte do deputado Zé Mendonça. Confirmei com o seu sobrinho e ex-prefeito João Mendonça, que estava em São Paulo acompanhando sua esposa Isabelle, quem se submeterá a tratamento devido à conhecida doença de que padece.


Ainda na tarde de domingo estive com Dona Neci, irmã do deputado, muito abalada. A quem acredita e é chegado em orações, eu digo: rezem por eles. É a única coisa que se pode fazer.


Mendonção não é referência apenas para quem vota nele ou quem é de Belo Jardim. A Baraúna, apesar de muitas vezes manter um modo truculento, sempre foi capaz de nutrir simpatias e amizades, além de muito sucesso em sua carreira.


Nunca votei em Mendonção, mesmo podendo tê-lo feito. Mas com ele aprendi algo que pretendo levar por toda a vida: em política temos de ter um lado. Escolhi o meu e daqui não saio.


Foi Mendonção o mentor da aliança tida como impossível entre o PMDB e o PFL em Pernambuco, uma vez que Jarbas sempre havia sido adversário de Marco Maciel. Ele conseguiu juntar a todos e tornou possível a eleição de Jarbas, bem como a indicação de Mendoncinha como vice.


Foi extremamente agraciado nessa vida. Filho de Dona Tereza e seu José, teve o pai assassinado na rua. Esforçado, estudou e se formou em Direito. Jovem, teve muitos amores e amigos. Maduro, manteve os amigos e teve uma família grande, saudável e unida. Politicamente, venceu todas as eleições que disputou (fo 8 vezes deputado federal e 3 estadual) e conseguiu fazer seu filho governador de Estado. Ciente de que o tempo estava avançando, deixou o mandato e passou a bola aos filho e genro, Mendoncinha e Augusto Coutinho. Faltou algo. Ser prefeito de Belo Jardim.


Há cerca de um mês, reuniu amigos, puxa-sacos e lideranças para confirmar que iria tentar concretizar esse desejo. Pouco depois adoeceu. Fizeram-nos pensar que era algo não tão complicado e que em pouco tempo estaria de volta a nosso convívio. Mas desde que estava em Recife, Mendonção confidenciava que estava sofrendo muito. Adquiriu uma infecção hospitalar e teve de ser levado a São Paulo. Mesmo com o melhor tratamento que poderia receber, não melhorou como deveria e seria submetido a outra cirurgia na tarde do domingo de Páscoa. Não esperou e partiu


Dona Estefânia, Andréa, Mendoncinha, Carla, Isabela, Danilo e Pedro. Dona Neci. Todos os netos e sobrinhos. Minha mais sincera solidariedade.

Valeu, Mendonção

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